(1) Muitas vezes precisamos de testes diagnósticos para decidir a terapêutica de uma determinada situação clínica. Em bioestatística a capacidade de um teste ser negativo em indivíduos saudáveis é denominado de:
a. Especificidade.
b. Acurácia.
c. Valor preditivo negativo.
d. Sensibilidade.
e. Valor preditivo positivo.
Comentário: Trata-se de questão direta de aplicação do conceito. Entre os saudáveis, quantos são de fato negativos? Não há dúvida, especificidade!
(2) Os testes diagnósticos tem diferentes propriedades, tendo utilidades diferentes em sua aplicabilidade. Caso um pesquisador desenvolva um teste para rastrear câncer de mama, qual deve ser a característica desejável para este teste?
a. Ter um alto valor preditivo negativo.
b. Ter um alto valor preditivo positivo.
c. Ter uma baixa sensibilidade.
d. Ter elevada sensibilidade.
e. Ter alta especificidade.
Comentário: Qualquer aluno precisa associar rastreamento a teste com alta sensibilidade, que é uma questão muito comum em provas. O rastreamento tem que ter a capacidade de identificar os verdadeiramente doentes, pois estes deverão ser encaminhados para outros exames. O teste precisa ser sensível!
(3) Um exame laboratorial tem sempre características próprias como sensibilidade, especificidade, acurácia entre outros. São características de exames sensíveis:
a. São indicados para rastreios.
b. Pode determinar falsos positivos.
c. Identifica bem os doentes.
d. É calculado pela razão dos verdadeiros positivos pelos doentes.
e. Todas as alternativas estão corretas.
Comentário: Acompanhe o raciocínio da questão anterior. Deste modo, (a) e (c) estão corretas. Falsos positivos podem ocorrer, e isso depende da especificidade. A letra (d) é estranha mas não é incorreta. Portanto, só resta marcar a letra (e)
(4) Considere um hipotético teste sorológico (IgM/IgG) para Covid-19 com sensibilidade de 100% e especificidade de 95%. Sendo testado um grupo de 1000 pessoas, com uma prevalência da doença de 4%, confirmada por um teste padrão, a probabilidade de um paciente com esse teste sorológico positivo ter a doença (valor preditivo positivo) é de
A) 95%.
C) 83%.
B) 50%.
D) 45%.
Comentário: Sabe-se que de 1000 pessoas, 40 tem a doenças e todos os 40 serão identificados como verdadeiramente doentes. Sabe-se ainda que, de 1000 pacientes, 960 não tem a doença e 48 serão identificados como falsamente doentes (falso positivos). 88 serão identificados como doentes pelo teste, dos quais 40 (menos da metade) serao de fato doentes. O VPP é, portanto, inferior a 50%, sendo a resposta a letra (d). Cabe observer que o VPP não é muito alto porque a prevalência é baixa.
(5) Ao iniciar sua atividade em uma Unidade de Saúde da Família um médico recebe a informação que no território onde atua estão ocorrendo vários casos de Sífilis Neonatal. Ele decide reforçar com os profissionais de todas as equipes da unidade a utilização no pré-natal de um teste de diagnóstico para a sífilis. A principal característica deste teste diagnóstico deve ser:
A) Alta sensibilidade.
B) Alta especificidade.
C) Valor preditivo negativo elevado.
D) Razão de probabilidade positiva baixa.
Comentário: Para detectar bem os doentes é preciso que a sensibilidade seja alta. É o mais importante.
(6) Com relação aos testes utilizados no diagnóstico clínico de uma doença, assinale a alternativa correta.
A. Os testes sensíveis são necessários para o diagnóstico de doenças leves.
B. Os testes sensíveis dão poucos resultados falso-positivos.
C. Os testes específicos dão muitos resultados falso-positivos.
D. Os testes específicos dão poucos resultados falso-positivos.
E. O valor preditivo negativo é mais útil para o resultado positivo.
Comentários: Falsos positivos só podem ser encontrados entre aqueles que não têm a doença, portanto se a especificidade é alta, a letra (d) é correta. Testes sensíveis são bons quando a definição de caso é bem precisa e não no caso de doenças leves (que não preenchem todos os critérios de caso). Quando o resultado é positivo, precisamos comparar o VPP e a prevalência (o VPN não é mais útil)
(7) A prevalência de uma determinada doença em uma população é de 20%. Sendo assim, um teste de diagnóstico, com sensibilidade de 80% e especificidade de 70%, foi desenvolvido. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o valor preditivo positivo (VPP) e o valor preditivo negativo (VPN).
A. 30% e 60%.
B. 38% e 70%.
C. 40% e 93%.
D. 50% e 90%.
E. 53% e 87%.
Comentário: Se 1000 pessoas forem a população estudada, 200 terão a doença, das quais 160 serão corretamente diagnosticadas. 800 não terão a doença, das quais 240 serão incorretamente diagnosticadas. O VPP será 160 / (160 + 240) = 160/400 = 4/10 = 40%. Letra (C)
(8) Mulher de 30 anos e sem fatores de risco para doença cardíaca isquêmica (DCI) busca, muito nervosa, atendimento na Clínica de Família devido à queixa de dor precordial aos esforços que melhora em repouso e com início há um mês. Procurou médico particular que solicitou um teste ergométrico. O pai, de 78 anos de idade, morreu de infarto agudo do miocárdio (IAM) há dois meses. Visto as características clínicas da paciente, a probabilidade pré-teste de que ela tenha DCI é:
a) baixa, e se o teste ergométrico for positivo não levará a confirmação de DCI
b) muito baixa, mas se o teste ergométrico for positivo levará ao diagnóstico de DCI
c) moderada, e se o teste ergométrico for negativo terá valor preditivo para afastar a DCI
d) alta, mas se o teste ergométrico for negativo terá pouco valor para o diagnóstico de DCI
Fonte: https://www.cepuerj.uerj.br/uploads/concursos/160727969492663874d0b8391f5e5029ba80cbee78e7ee39a/697011814.pdf
Comentário: A mulher não tem fator de risco para DCI. o pai morreu recentemente, indicando situação de possível e provável estresse. a dor melhora em repouso. Logo, ficamos entre (a) ou (b). se o teste for positivo, o VPP é ainda baixo porque a probabilidade de pré-teste é baixa e não é possível confirmar o DCI.
