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sábado, 6 de dezembro de 2014

Uma (01) questão sobre pessoas-tempo: o denominador da taxa de incidência considera o tempo

Como podemos afirmar que a população que esteve exposta ao risco de câncer de próstata é igual a  13.963.745?

Sabemos que qualquer população em um ano pode mudar a cada mês, a cada semana, a cada dia, a cada hora! Pessoas nascem, morrem, migram...

Como chegamos, então, ao número  de 13.963.745 homens?

A primeira coisa é entender que esta população é considerada para um ano.

Para efeito didático, podemos formular um raciocínio: 


  1. Imagine que, no início do ano, havia 13.963.700 homens. 
  2. Estes homens permaneceram nesta população o tempo todo (1 ano). 
  3. 90 homens foram acrescidos à população da seguinte forma: todos mudaram-se para lá em 01/07 daquele ano e lá permaneceram até o final do ano.
  4. Por permanecerem a metade do ano, cada homem esteve exposto ao risco por 0,5 ano.
  5. No início do ano havia, então, 13.963.700 homens e ao final do ano havia 13.963.790 homens.
  6. 13.963.700 homens estiveram sob risco de câncer de próstata em todo o período considerado (1 ano).
  7. 90 homens estiveram sob risco de câncer de próstata em metade do período considerado (0,5 ano)
  8. O número de pessoas-anos de exposição ao risco é (13.963.700 homens) X (1 ano) + (90 homens) X (0,5 ano) = 13.963.745 homens ano.


Esse total de pessoas-ano equivale à população considerada no problema que aborda a incidência por câncer de próstata.

Observe que o denominador da taxa de incidência leva em consideração uma dimensão temporal: quanto maior a exposição, maior o número de pessoas-tempo.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Relacionando os casos incidentes e a população exposta ao risco

Na questão anterior, observamos que houve casos incidentes de câncer de próstata e casos incidentes de câncer de mama na população de homens e na população de mulheres, respectivamente.

Parece razoável desejar relacionar de alguma forma essas duas quantidades, pensando no universo de homens e no universo de mulheres.

Podemos obter uma relação que é a seguinte: para cada 100.000 homens, houve 148,5 novos casos anuais de câncer de próstata. Ou seja, dividimos o número de novos casos pela população sob risco (19.107 casos /13.963.745 homens) e multiplicamos por 100.000. Essa multiplicação não é obrigatória, mas facilita a interpretação.

Efetuamos a mesma conta para a situação do câncer de mama nas mulheres e obtemos 133,9 novos casos por 100.000 mulheres.

Assim, podemos, com mais tranquilidade, comparar o que chamamos de taxa de incidência entre homens e mulheres. Temos, para cada 100.000 homens, um número maior de novos casos de câncer de próstata do que entre o número de novos casos a cada 100.000 mulheres.

A taxa de incidência de câncer de próstata é maior do que a taxa de incidência de câncer de mama, pois 148,5 por 100.000 é maior do que 133,9 casos por 100.000.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Exemplo de casos incidentes e de população sob risco

Em uma população, em um ano considerado, de 13.963.753 homens e 14.272.325 mulheres houve 20.734 casos de câncer de próstata e 19.107 casos de câncer de mama.

(1) Qual o número total de casos incidentes de câncer de próstata ou de mama?

Resposta: Houve na população e no ano considerado 39.841 casos de câncer de próstata ou de mama.

(2) Qual a população em risco para os 20.734 casos de câncer de próstata?

Resposta: Apenas homens estão em risco de acometimento de câncer de próstata. Portanto, a população que deu origem aos casos de câncer de próstata foi igual a 13.963.753 homens.

(3) Qual a população em risco para os 19.107 casos de câncer de mama?

Resposta: Consideramos que apenas as mulheres estão em risco de acometimento de câncer de mama. Portanto, a população que deu origem aos casos de câncer de mama foi igual a 14.272.325 mulheres.

Fonte: exercício baseado no livro http://www.jblearning.com/catalog/9780763786748/ 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Medida de frequência adequada para ser utilizada para o estudo das doenças: casos incidentes

Uma medida importante em epidemiologia é o número de pessoas que ficam doentes em um determinado período de tempo. Ou seja, trata-se de novos casos de uma doença em um determinado período de tempo.

Trata-se de CASOS INCIDENTES.

O número de novos casos de dengue em um determinada cidade, em um determinado mês é o igual ao número de casos incidentes de dengue naquele mês.


Duas (2) questões sobre a abrangência da epidemiologia

A questão seguinte foi retirada de: 

http://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questoes/assunto/Epidemiologia 

O nível de dificuldade é considerado um pouco superior ao da questão anterior.

Questão: A abordagem da saúde como fenômeno coletivo constitui o foco da epidemiologia, que tem como objeto

a) os saberes constituídos sobre a dimensão biológica que afetam os fenômenos relativos ao processo saúde-doença.
Falso. Não se restringe à dimensão biológica
b) a compreensão que doenças são eventos que ocorrem ao acaso, ainda que tenham relação com uma rede de eventos identificáveis.
Falso. Já foi visto que doenças são eventos que não ocorrem ao acaso.
c) o estudo de sadios e doentes sob a perspectiva biológica de cada indivíduo, considerando aspectos fisiopatológicos e clínicos.
Falso. O equívoco é o mesmo da resposta a, reduzir o escopo da epidemiologia à dimensão biológica.
d) o pressuposto que a noção de população é periférica e o estudo das características das doenças ocupa lugar central.
Falso. A população na qual doentes e saudáveis estão incluídos é fundamental e não periférica.
e) a relação entre o subconjunto de doentes e o conjunto população ao qual ele pertence, incluindo os determinantes desta relação.
Verdadeira. Não restringe a qual dimensão pertencem os determinantes e aborda a importância do estudo de doentes e de saudáveis


Outra:



A fonte é:  http://aprovaconcursos.com.br 

A epidemiologia hoje é considerada um ramo das ciências da saúde que se limita ao estudo da distribuição de doenças na população. 
(  ) Verdadeiro
(X) Falso

Explicação: a epidemiologia busca, além da distribuição, os determinantes das doenças na população em um esforço constante de estabelecer as causas das doenças. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Doenças não ocorrem ao acaso...


1.    Uma das premissas principais do estudo epidemiológico é que...
  1. doenças são distribuídas ao acaso nas populações. (Falso)
  2. doenças não são distribuídas ao acaso nas populações. (Verdadeiro)
Se as doenças ocorressem ao acaso não seria razoável efetuar um esforço para entender a distribuição das doenças. A distribuição destas doenças não teria uma razão e seria aleatória...Mas sabemos que as doenças ocorrem por uma causa e vale à pena procurar esta(s) causa(s)

Exercício adaptado de : 
 http://publichealth.usfhealthalumni.net/?page=Epidemiology  

O Epidemiologista e o Médico

A Epidemiologia é diferente da Medicina em dois pontos importantes: em primeiro lugar, epidemiologistas estudam grupos de pessoas, não indivíduos; em segundo lugar, epidemiologistas estudam pessoas saudáveis, e não apenas pessoas doentes.

Fonte: http://books.google.com.br/books/about/A_Study_Guide_to_Epidemiology_and_Biosta.html?id=GTAQAQAAMAAJ&redir_esc=y 

Epidemiologia descritiva com 1 questão

Essa questão é sobre a interpretação do que é a epidemiologia descritiva:


  1. A epidemiologia pode ser compreendida como um processo contínuo de acúmulo de conhecimentos com o objetivo de prover um acervo de evidências indiretas, de associação entre saúde e fatores de risco e doença. A epidemiologia descritiva constitui a primeira etapa do método epidemiológico, com o seguinte objetivo:


    A) Compreender o comportamento de um agravo à saúde numa população, descrevendo caracteres epidemiológicos das doenças relativos à pessoa, ao tempo e ao lugar.
    B) Apresentar caracteres relativos a fluxo de pessoa de forma unitária.
    C) Delimitar de forma sucinta o crivo de uma doença.
    D) Apresentar as variações regulares de séries históricas, variações cíclicas e sazonais, de forma unilateral. 

    E) Associar os tipos às exposições, sua intervenção e feito com objetivo da prevenção.

    A resposta correta é a letra A. B e C limitam o escopo da epidemiologia e D e E se referem à epidemiologia analítica.

    Fontes:
    http://qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2010-prefeitura-de-resende-rj-medico-epidemiologia

    http://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_prova/21171/consulplan-2010-prefeitura-de-resende-rj-medico-epidemiologia-prova.pdf 

domingo, 30 de novembro de 2014

Definições da Epidemiologia

Gertsman (2013) refere-se a múltiplas definições de Epidemiologia. Já em 1974 era definida como o estudo da distribuição e determinantes das doenças e agravos nas populações, e essa definição é usualmente utilizada até os dias de hoje.