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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Níveis de prevenção: DEZ (10) questões resolvidas, todas comentadas

(1) Os testes de rastreamento distinguem os indivíduos que aparentemente estão bem, mas que têm uma doença ou um fator de risco. Esse tipo de teste é parte de muitas atividades de prevenção primária e de todas as atividades de prevenção secundária.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: O teste de rastreamento é aplicado em assintomáticos. O teste busca indivíduos com incidência (caso incidente) e, nesse caso, seria só prevenção secundária. Mas se pensamos como um todo, o teste de rastreamento chama atenção para muitos fatores de risco - pensem nas campanhas para a necessidade do rastreamento da doença em questão - e, portanto, podem atuar na prevenção primária sim, fazendo com que as pessoas fiquem mais atentas a fatores que podem ser modificados.

(2) Atividades que modificam a vida, como mudar para uma dieta baixa em gorduras, procurar um programa estável de exercícios aeróbicos e parar com o tabagismo, são consideradas como sendo métodos de prevenção secundária ou pré-doença.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: Errado. Leia a questão anterior, bem como seu comentário. As atividades aqui descritas postergam/diminuem/evitam um novo caso. Portanto, trata-se de prevenção primária.

(3) Diagnóstico pré-sintomático e tratamento por meio de programas de rastreamento são referidos como prevenção secundária. Apesar da não prevenirem a causa de início do processo de doença, podem prevenir as sequelas permanentes.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: Excelente questão. Define boa parte da prevenção secundária e explica que, se a prevenção secundária tiver sucesso, não haverá necessidade de prevenção terciária.

(4) 
Quando a doença se torna sintomática e a assistência médica é procurada, inicia-se o trabalho da medicina preventiva e(ou) curativa, de modo a limitar incapacidade em pacientes com sintomas precoces, ou de modo a reabilitar pacientes com doença sintomática tardia. Nesse estágio, como não há nível de prevenção estabelecido, considera-se que não há prevenção possível..

(A) Certo
(B) Errado
Comentário: O trabalho da medicina preventiva (curativa) se inicia antes (no período pré-patogênico). Ademais, a prevenção de que se fala é a terciária. Ou seja, essa questão nem discrimina, tem tantos equívocos...
Fonte: http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/vigilancia-sanitaria-politica-de-saude-servico-unico-de-saude-sus-vigilancia-epidemiologica/533694

(5) A prevenção secundária engloba ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a cura ou o controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: A questão fala de prevenção terciária. 
Fonte: http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/vigilancia-sanitaria-politica-de-saude-servico-unico-de-saude-sus-vigilancia-epidemiologica/533696

(6) Da prevenção primária espera-se a diminuição da incidência da doença mediante o controle de fatores de risco ou causas associadas, bem como a diminuição do risco médio de doença na população, enquanto da prevenção secundária espera-se que haja diminuição da prevalência da doença, essencialmente pela diminuição da sua duração.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: excelente questão, abrindo o leque de compreensão do aluno, falando da relação com as causas associadas que podem levar à incidência de novas doenças e estabelecendo o belíssimo conceito de incidência, prevalência e duração. 

(7) Realizada, em geral, fora do sistema de atenção à saúde, a prevenção primária previne ou impede a ocorrência de doença, removendo suas causas.
(A) Certo
(B) Errado
Comentário: Questão ruim. a prevenção primária é isso o que está sendo dito na questão e PODE ser realizada fora do sistema de saúde: propagandas em jornais, TV, palestras em empresas. Em geral para questão de prova é caótico. Nunca aplicaria essa questão em uma prova minha. Ela vale para reforçar o conceito de prevenção primária
(8) Assinale a opção cuja ação corresponda ao nível secundário de prevenção de doenças, segundo o modelo descrito por Leavel & Clark.
A. Saneamento básico.
B. Imunização.
C. Aconselhamento genético.
D. Inquérito para detecção de casos na comunidade.
E. Controle de vetores.
Comentário: A letra D é destinada à busca de casos já existentes. As demais são ações de prevenção primária
Baseado em: http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/vigilancia-sanitaria-politica-de-saude-servico-unico-de-saude-sus-vigilancia-epidemiologica/156117



(9) Considerando-se o modelo de história natural da doença, a vacinação, tanto de adultos quanto de crianças, representa uma ação de saúde coletiva do tipo.
A. Prevenção Terciária.
B. Proteção Específica.
C. Promoção da Saúde.
D. Prevenção Secundária.
Comentário: Para responder, é preciso saber o que é prevenção primária e saber ainda um pouco mais: que ela contém as abordagens B e C. Aí, é fácil resolver, pela palavra proteção.

(10) Imunizações, reabilitação de um paciente com sequelas de AVC, realização de citopatológico de colo uterino e evitar realizar procedimentos invasivos desnecessários são, respectivamente, exemplos de níveis de prevenção. Selecione a sequência com a ordem do tipo de prevenção correta.
A) Secundária, Terciária, Primária e Quaternária.
B) Quaternária, Primária, Terciária e Secundária.
C) Primária, Terciária, Secundária e Quaternária.
D) Primária, Secundária, Terciária e Quaternária.
E) Secundária, Quaternária, Terciária e Primária.
Comentário: Ficamos limitados às opções C e D pois a imunização evita o surgimento do caso novo (prevenção primária). A reabilitação é palavra chave da prevenção terciária. Ficamos com a letra C. Questão MUITO fácil.
Fonte: http://www.ufac.br/site/editais-concursos/prograd/edital-prograd-no-08-2017-processo-seletivo-para-preenchimento-de-vagas-residuais-nos-cursos-de-graduacao-da-ufac-para-o-1o-semestre-de-2017/gabarito-preliminar-e-cadernos-de-prova-da-prova-objetiva/caderno-de-provas-objetiva-medicina.pdf/@@download/file/Caderno%20de%20Provas%20Objetiva%20-%20Medicina.pdf (questão 59)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Confiabilidade de testes diagnósticos

Além da Validade: Confiabilidade


Além da validade de um teste diagnóstico, a capacidade de um teste ser reprodutível é um outro aspecto para auxiliar na avaliação de um teste diagnóstico.

Podem ser os resultados obtidos pelo teste serem replicados se o teste é repetido? Essa pergunta é muito importante. Claramente, mesmo que o teste tenha sensibilidade e especificidade excelentes, se os resultados do teste não puderem ser reproduzíveis, o valor e a utilidade desse teste não é muito grande.

Há três fatores que podem contribuir para a variabilidade entre resultados de testes diagnósticos: variação intra-sujeitos (variabilidade inerente ao indivíduo testado); variação intra-observadores (variabilidade inerente ao indivíduo que avalia o teste); variação entre observadores, que é o tópico de interesse.


Variabilidade entre observadores


Dois examinadores frequentemente não obtém resultados iguais para um determinado exame. A extensão em quê dois examinadores diferem (concordam ou discordam) é importante em testes clínicos ou laboratoriais. Essa extensão da concordância pode ser medida em termos quantitativos.

Medida 1 - Percentual de concordância geral



Os examinadores podem ser, por exemplo, dois radiologistas. O diagrama apresentado corresponde às leituras desses examinadores. O total de exames avaliados é igual a A+B+C+D+E+F+G+H+I+ J+K+L+M+N+O+P

O percentual de concordância será igual a (A + F + K + P) X 100 / (total de exames avaliados).


Medida 2 - Percentual de concordância geral para casos onde só há dois resultados (positivo e negativo para o teste)

Podemos simplificar para situações onde o teste terá apenas um dos dois resultados: positivo ou negativo.




Neste caso, o percentual de concordância será igual a (A + D) X 100/ (A + B + C + D)

Este percentual tende a ser grande porque, em geral, as pessoas que são testadas têm resultados negativos (D é grande).


Medida 3 - Percentual de concordância positivo para casos onde só há dois resultados (positivo e negativo para o teste)

Dado que D é grande e o percentual de concordância pode vir a ser grande apenas por causa disso, uma medida alternativa desconsidera indivíduos que são considerados negativos por ambos os observadores utilizando, então, aqueles considerados positivos por pelo menos um observador.

O percentual de concordância somente para aqueles com uma avaliação positiva do teste:

A X 100/ (A+ B+C)




Medida 4 - Estatística Kappa

Os examinadores podem concordar puramente pela chance. Essa é a premissa por trás da estatística Kappa.

Essa premissa pode ser explicada de forma bastante intuitiva. Imagine que você se encontra em uma situação desesperadora: você é dono de uma clínica de radiologia que carece de pessoal e um número enorme de radiografias necessita ser examinada. Para resolver seu problema, você vai até a esquina mais próxima e pede a alguns moradores das redondezas, sem conhecimento algum em medicina ou biologia para ler os raio X para você e classificá-los como positivos ou negativos. O primeiro voluntário os classifica de forma aleatória, assim: positivo, negativo, positivo, negativo, positivo, negativo, negativo, negativo, positivo...; o segundo também classifica aleatoriamente, em outra ordem qualquer. A pergunta é: não parece razoável que alguns exames vão concordar simplesmente pelo acaso? A resposta: é claro que sim!!!

(é claro que cinco minutos depois de tomar a decisão de convocar os moradores locais você cai em si, agradece e dispensa os moradores... e nem usa os 'resultados' que eles obtiveram).

Com base nesse exemplo, é possível afirmar que: haverá concordância aleatória (meramente ao acaso) entre dois examinadores. Então, desejamos saber qual a extensão da concordância além do acaso entre dois examinadores?

Cohen, em 1960, propôs a medida denominada estatística Kappa usada até hoje.

Para compreender o que essa medida significa é preciso entender


  • Quão melhor é a concordância entre dois examinadores além da chance? Isso pode ser medido por: (Percentual de concordância observado - Percentual de concordância esperado APENAS pela CHANCE)
  • Qual seria a máxima concordância possível entre quais dois examinadores? A resposta é: 100%. Qual seria a concordância máxima ALÉM da chance?  (100% - Percentual de concordância esperado APENAS pela CHANCE)

Kappa expressa a extensão da concordância observada além da chance em relação à máxima concordância que poderia ser esperada além da chance

Kappa = 
(% concordância observada - % concordância esperada APENAS pela CHANCE) / (100% - % concordância esperado APENAS pela CHANCE)

Para calcular o Kappa falta uma etapa: calcular a concordância decorrente UNICAMENTE do acaso.

Imagine uma situação na qual há 200 exames radiológicos para serem analisados. Destas 200 radiografias, os radiologistas A e B: 


  • concordam em 170 exames, da seguinte forma: em 130 concordam que o resultado é negativo; em 40 concordam que o resultado é positivo. A concordância observada é 170 x 100 / 200 = 85%
  • discordam em 30 exames, da seguinte forma: em 20, o radiologista A avalia como negativo o resultado enquanto o B diz ser positivo; ocorre o inverso (A diz que é positivo e B diz que é negativo) em 10 exames.


A partir daqui segue toda a lógica do cálculo da concordância esperada unicamente pela chance:


  • O radiologista A avalia um grupo de 200 exames da forma: 150 negativos; 50 positivos.
  • O radiologista B avalia um grupo de 200 exames da forma: 140 negativos e 60 positivos.


Extrapolamos essa ideia e inferimos que:


  • Se o radiologista A classificasse os 140 exames negativos de B sem qualquer critério, simplesmente de forma aleatória (estamos supondo que ele fez isso para esse cálculo), ele obteria 75% dos exames negativos, ou seja, 105 exames classificados como negativos (e, então, 35 positivos); do mesmo modo, se classificasse os exames positivos de B sem qualquer critério (60 exames), diria que 45 são negativos e 15, positivos.
  • Ao acaso, então, haveria a seguinte concordância: 105 exames negativos + 15 exames positivos = 120 exames positivos. 120 x 100 / 200 = 60%


Kappa = (85 - 60) / (100 - 60) = 15 / 40 = 0,375


Esta medida de concordância tem como valor máximo o 1, que representa total concordância e os valores próximos e até abaixo de zero (é possível haver valores abaixo de zero), indicam nenhuma concordância, ou a concordância foi exatamente a esperada pelo acaso. Um valor de Kappa menor que zero, negativo, sugere que a concordância encontrada foi menor do aquela esperada por acaso. Sugere, portanto, discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de discordância. Obtivemos 0,375, ou 37,5% da máxima concordância além do acaso.

Segundo Landis e Koch, que posteriomente classificaram os valores de Kappa, 0,75 representa concordância excelente; entre 0,40 e 0,75 intermediária ou moderada. abaixo de 0,40 representa concordância pobre. Há outras classificações, de outros autores.



Fonte: Gordis: Epidemiology, 4th Edition. Copyright 2008 Saunders (Elsevier); http://www.lee.dante.br/pesquisa/kappa/

domingo, 26 de abril de 2015

Mais Dezesseis (16) Exercícios Resolvidos: Teste Diagnóstico

1-Qual a definição de sensibilidade?
a) A capacidade de um teste, quando negativo, significar saúde
b) A probabilidade de um teste ser negativo em pessoas sem determinada doença
c) A capacidade de um teste, quando positivo, significar determinada doença
d) A probabilidade de um teste classificar corretamente pessoas que têm e que não têm determinada doença
e) A probabilidade de um teste ser positivo em pessoas que têm determinada doença
Letra e. Sensibilidade é a capacidade de um teste detectar certa doença.


2-Um teste foi realizado em 200 pessoas. O teste foi positivo em 75 pessoas e negativo nas outras 125. Das 125 pessoas com resultado negativo, 100 estavam saudáveis e 25, doentes. Já das 75 pessoas com resultados positivos, 60 estavam realmente doentes e as outras 15 estavam saudáveis. Qual o valor preditivo positivo?
a) 160/200
b) 60/85
c) 75/200
d) 60/75
e) 60/15
Letra d. O valor preditivo positivo é a relação entre os verdadeiros positivos e todos os positivos.

3-Um novo teste para a detecção de diabetes tem uma sensibilidade de 80% e especificidade de 75%. O teste foi feito em grupo para o qual a prevalência de diabetes é de 25% e o valor do preditivo positivo do teste é de 52%. Se o teste for feito em um grupo de pacientes onde a prevalência da doença é de 75%, comparado com o grupo de pacientes onde a prevalência é de 25%, o que acontece?
a) O valor preditivo positivo aumenta
b) A especificidade do teste aumenta
c) O valor preditivo positivo diminui
d) A sensibilidade do teste aumenta
e) O valor preditivo negativo aumenta
A resposta é a letra a. Quando a prevalência de certa doença aumenta, o valor preditivo positivo aumenta. Se a prevalência diminui, o valor preditivo negativo aumenta. Sensibilidade e especificidade não são alteradas pelo crescimento da prevalência.

4-Qual a definição de especificidade?
a) A capacidade de um teste, quando negativo, indicar os saudáveis.
b) A probabilidade de um teste classificar corretamente pessoas que têm e que não têm determinada doença
c) A probabilidade de um teste ser negativo em pessoas sem determinada doença
d) A probabilidade de um teste ser positivo em pessoas que têm determinada doença
e) A capacidade de um teste, quando positivo, significar determinada doença
A resposta é a letra c. 

5-Se você quer incluir uma doença entre as possíveis para um dado paciente, qual característica de teste seria melhor?
a) Um teste negativo com alta sensibilidade 
b) Um teste negativo com alta especificidade
c) Um teste com alta precisão global
d) Um teste positivo com alta especificidade
e) Um teste positivo com alta sensibilidade

Um teste com alta especificidade é útil para incluir doenças. (Se o teste é negativo, ele não inclui nenhuma doença, e sim a exclui)

6-Qual o termo usado para a probabilidade de que um paciente cujo teste teve resultado negativo não tenha a doença?
a) Sensibilidade 
b) Valor preditivo negativo
c) Risco relativo
d) Valor preditivo positivo
e) Especificidade
Letra b.

7-Um pesquisador descobriu que, de cada 100 pacientes que fazem um certo teste, 60 têm a doença, enquanto os outros 40 estão saudáveis. Dos 60 pacientes que têm a doença, 45 tiveram um resultado positivo e 15 tiveram um resultado negativo no teste. Dos 40 pacientes que estão saudáveis, 30 tiveram resultado negativo no teste e 10 tiveram resultado positivo. Qual é o valor preditivo positivo da doença?
a) (45 + 30) / 100 = 75%
b) 10 / 100 = 10%
c) 45 / 100 = 45%
d) 60 / 100 = 60%
e) 45 / (45 + 10) = 82%
A resposta é a letra e. O valor preditivo positivo é o número real de positivos (45) dividido por todos os positivos (45 + 10) = (45/55)

8- Selecione a afirmativa correta sobre a doença X:
a) O VPN do teste para doença X aumentará se a prevalência da doença X decrescer.
b) Um teste para a doença X que é 100% sensível não terá falso positivos.
c) Um teste para a doença X que é 100% específico não terá verdadeiros negativos.
d) Mesmo se a prevalência da doença X mudar, o valor de VPP não mudará.
e) Um teste que resulte em valores preditivos de 100% não terá resultados falsos positivos.

Resposta: Letra A
Veja a explicação esquemática para a letra A, que é a correta. A prevalência passou de 10% para zero neste exemplo e o VPN é calculado.

9- Se um teste tem uma sensibilidade de 100%...
a) não deve ser usado como um teste de rastreamento, pois pode haver alguns falsos positivos .
b) significa que às vezes produz falsos negativos .
c) isso significa que o teste identifica todas as pessoas com a doença e nunca identifica quaisquer pessoas saudáveis ​​como tendo a doença.
d) isso significa que o teste identifica todas as pessoas com a doença, mas que pode erroneamente indicar que algumas pessoas saudáveis ​​têm a doença.
Comentário: produzir ou não resultados falso negativos depende da especificidade do teste.
Fonte:http://www.theanswerpage.com/multichoice.php?specialty_id=7&topic_id=31


10- Um paciente teve um diagnóstico de hipotireoidismo. O teste corretamente identifica pacientes que de fato tem a doença em 93% dos casos e corretamente classifica pacientes saudáveis em saudáveis em 81% dos casos. 4% do total de pacientes tem a doença e tem o resultado positivo. Pergunta-se: se uma pessoa é escolhida ao acaso e for positiva, qual a probabilidade de ser doente?

Resposta: 
Imagine uma população de 10.000 pessoas.
4% tem a doença e tem resultado positivo = (10.000)X(0,04)X(0,93)=372. Chamamos isso de prevalência detectada pelo teste.
96% não tem a doença e não tem resultado negativo = (10.000)X(0,96)X(0,19)=1824
Total de resultados positivos = 372 + 1824 = 2196 pessoas
Entre 2196 pessoas positivas, 372 serão doentes. Logo, a probabilidade é 372/2196 = 16,9% 

Onde está escrito falso positivo no quadrinho leia "falso negativo"; onde está escrito falso negativo no quadrinho leia "falso positivo"

11- Refaça o exercício 10 com uma prevalência detectada pelo teste de 2%. Compare seus resultados.

Resposta: 
Imagine, novamente, uma população de 10.000 pessoas.
2% tem a doença e tem resultado positivo = (10.000)X(0,02)X(0,93)=186. Chamamos isso de número de casos prevalentes detectados pelo teste - apenas para lembrar
96% não tem a doença e não tem resultado negativo = (10.000)X(0,98)X(0,19)=1862
Total de resultados positivos = 186 + 1862 = 2048 pessoas
Entre 2048 pessoas positivas, 186 serão doentes. Logo, a probabilidade é 186/2048 = 9,1%.
A intuição nos diz que se a prevalência é menor, mesmo encontrando uma pessoa detectada pelo teste como sendo positiva, a probabilidade de ser de fato doente ainda é baixa, porque o próprio risco da doença ainda é muito baixo. Essa probabilidade calculada diminui à medida que diminuímos a prevalência.


12- Falso ou Verdadeiro: "o índice kappa constitui um avanço em relação à taxa geral de concordância, por ser um indicador ajustado, que leva em consideração a proporção de concordância não aleatória, ou aquela que ocorre além da esperada pelo acaso"

Resposta: Verdadeiro. 'Além de' indica que da concordância observada foi subtraída a concordância esperada pelo acaso: o que 'sobra' é além do acaso...
Fonte:http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v37n5/0100-7203-rbgo-37-05-00222.pdf

13- Todas as afirmações seguintes são verdadeiras, exceto:
a) Se um médico acredita que um teste diagnóstico particular terá resultados positivo, esse médico obrigatoriamente deve conduzir o teste no paciente. 
b) Se a doença é tão improvável que o médico não acredita no resultado positivo do teste, talvez o teste não deva ser feito.
c) É razoável não efetuar teste diagnóstico algum se a conduta médica não se for modificar com base no resultado do teste.
d) Se o risco do teste supera o risco de outras opções (como o risco do próprio tratamento) talvez o teste não deva ser feito.

Resposta: Letra a. Efetuar o teste não adiciona quase informação alguma ao médico.
Fonte: https://www.theanswerpage.com/multichoice.php?specialty_id=7&topic_id=31

14- Se um teste de diagnóstico com alta sensibilidade é usado para testar um paciente e eles obtém um resultado positivo:
a) É altamente provável que o paciente tenha a doença.
b) É altamente improvável que o paciente tenha a doença.
c) É provável que o paciente tenha a doença, se esta doença for prevalente na população.
d) Se a doença é rara, podemos estar confiantes de que o paciente é um dos casos raros.

Resposta: Letra c. o VPP aumenta com o aumento da prevalência. As demais alternativas são incorretas.
Fonte: http://pingpong.ki.se/public/pp/public_courses/course05716/published/1289756629128/resourceId/3966959/content/infoweb/node-1657559/sample_exam_ans-1.pdf

15- Em uma população a prevalência de uma doença é 15%. As propriedades de um teste são estudadas utilizando uma amostra aleatória de 155 pacientes. Qual a afirmativa verdadeira?
a) Os autores obterão a mesma precisão para sensibilidade e especificidade estimadas com base nessa amostra.
b) A sensibilidade pode ser estimada mais precisamente do que a especificidade com base nessa amostra.
c) A especificidade pode ser estimada mais precisamente do que a sensibilidade com base nessa amostra.
Resposta: Letra c. A doença é relativamente rara e uma amostra aleatória irá originar em torno de 23 casos (155X0,15) e 132 não casos. Há muito mais informação para gerar estimativa precisa de especificidade do que de sensibilidade. Repare que para solucionar esta questão você precisa entender a relação entre tamanho de amostra e como isso pode afetar a estimativa de sensibilidade e especificidade.
Fonte: http://pingpong.ki.se/public/pp/public_courses/course05716/published/1289756629128/resourceId/3966959/content/infoweb/node-1657559/sample_exam_ans-1.pdf

16-Preocupados com o impacto do diabetes mellitus em termos de morbidade e mortalidade no Brasil, o Ministério da Saúde e Sociedades Médicas brasileiras recomendaram a redução do limite superior de normalidade da glicemia de jejum de 110mg/dL para 100mg/dL no ano de 2003. Esta alteração no teste diagnóstico para diabetes resultou em:
a. Aumento da especificidade.
b. Aumento da acurácia.
c. Aumento do valor preditivo negativo.
d. Redução da incidência da doença.
e. Aumento da sensibilidade. 
Resposta: Letra E. O teste é que foi modificado, então letras B, C e D estão descartadas. A letra E implica menor número de falsos negativos dentre os doentes. Então, houve aumento da sensibilidade. 
Fonte:http://www.ceremrr.com/wp-content/uploads/2015/01/PROVA-RESIDENCIA-2015.1.pdf