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domingo, 5 de abril de 2015

Taxa de ataque secundário: o que é? (com 3 exercícios)


A taxa de ataque secundário é a medida de frequência de novos casos de uma doença entre contatos com os casos primários conhecidos.

Questão

Se há 14 casos de hepatite entre idosos de uma instituição de longa permanência para idosos na qual residem 70 idosos, a taxa de ataque primário é 14/70 = 20%

Se há 25 pessoas (familiares) que tiveram contato com esses 14 casos primários e, dessas, 10 ficaram doentes, a taxa de ataque secundário é 40%.

Há indícios, assim, que seja uma doença de transmissão pessoa a pessoa.

fonte: https://www.elsevier.com/books/epidemiology/gordis/978-1-4557-3733-8




Questão de taxa de ataque secundário

Considere um surto de shiguelose no qual 18 pessoas em 18 domicílios diferentes ficaram doentes. Se a população da comunidade foi igual a 1000 pessoas, então a taxa de ataque foi igual a (18⁄1000) × (100)% = 1,8%. Posteriormente, após esse primeiro surto, 17 pessoas dos mesmos domicílios dos casos primários desenvolveram shiguelose. Se os 18 domicílios incluíram 86 pessoas, calcule a taxa de ataque secundário.
Taxa de ataque secundário = (17 ⁄(86−18)) × 100% = (17⁄68) × 100% = 25,0%


Outra questão - mais teórica: 

A taxa de ataque em indivíduos suscetíveis que foram expostos a um caso primário é referida como
  1. Taxa de ataque pós primária
  2. Taxa de ataque secundária (Essa é a correta)
  3. Taxa de ataque pessoa-a-pessoa
  4. Taxa de ataque






sábado, 4 de abril de 2015

Taxa de ataque - adaptado do livro de Leon Gordis (Epidemiology)

Quando estamos diante de um número grande de possibilidades de de agentes infeciosos, como o caso de surtos alimentares, o primeiro passo é comparar as taxas de ataque entre aqueles que comeram um dado alimento e não se alimentaram dele.


O exemplo que segue é retirado e adaptado do livro Epidemiology, de Leon Gordis, capítulo 2 e a referência se encontra ao final do texto.

Exemplo: 
314 presos selecionados ao acaso mostraram o seguinte comportamento no que se refere às taxas de ataque:

Tabela 1-a
Taxas de ataque específicas por itens consumidos.
1974, Presídio em Miami                                                       
Item consumido            Doentes      Total       taxa de ataque
Bebida                           179             264          67,8%
Sanduíche com ovos     176             226          77,9%             

veja: 264 presos consumiram bebidas, dos quais 179 ficaram doentes; 226 consumiram sanduíche com ovos dos quais 176 ficaram doentes.


Tabela 1-b
Taxas de ataque específicas por itens NÃO consumidos.
1974, Presídio em Miami                                                       
Item não consumido     Doentes      Total       taxa de ataque
Bebida                           22               50            44,0%
Sanduíche com ovos     27               73            37,0%            


veja: 50 presos não consumiram bebidas, dos quais 22 ficaram doentes; 73 não consumiram sanduíche com ovos dos quais 27 ficaram doentes.

Tabela 1-c
Diferenças de taxas de ataque específicas por itens.
1974, Presídio em Miami                                                       _______
Itens                      (taxa ataque consumiu-taxa ataque não consumiu)
Bebida                              (67,8-44,0) = 23,8
Sanduíche com ovos         (77,9-37,0) = 40,9                                      

Desconfiamos mais do sanduíche do que da bebida. Parece que a diferença maior (Tabela 1-c) indica maior probabilidade desse alimento estar implicado no surto. Se for possível, podemos observar a tabulação cruzada dos dois alimentos, comparando as taxas de ataque para quem comeu e não comeu o sanduíche, mas estratificando segundo o consumo da bebida. Perguntamos: será que o consumo da bebida altera as taxas de ataque daqueles que comeram sanduíche? Será que faz alguma diferença?

Vejamos:


Tabela 2-a
Análise: consumo de bebida para quem comeu sanduíche        
                            Sanduíche com ovos                                       
Bebida              Doente       Saudável     taxa de ataque              
Sim                   152            49                (152/152+49) = 75,6% 
Não                   12              3                  (12/12+3) = 80,0%      




Tabela 2-b
Análise: consumo de bebida para quem não comeu sanduíche
                            Sanduíche com ovos                                       
Bebida              Doente       Saudável     taxa de ataque              
Sim                   19               53                (19/19+53) = 26,4% 
Não                    7                21                (7/7+21) = 25,0%      


Não ter tomado a bebida faz pouca diferença (compare a última linha de cada tabela com a linha anterior e veja que as proporções são parecidas). Mas, ter comido sanduíche aumenta muito a taxa de ataque (compare as Tabelas 2-a e 2-b de uma forma geral).

O alimento claramente implicado no surto é o sanduíche.


Veja essa questão subsequente. A apresentação das tabelas é um pouco diferente, mas a ideia de tabulação cruzada para descobrir o alimento implicado no surto é a mesma.

_______________________________________________________________________________
A primeira tabela mostra o número total de pessoas que comeram cada um de dois alimentos especificados que foram possivelmente infectadas com o streptococcus grupo A. A segunda tabela mostra mostra o número de pessoas que tiveram dor de garganta, de acordo com a combinação de alimentos ingeridos.

Tabela 1
Número total de pessoas que que comeram cada
combinação específica
de alimentos
                                                       Salmão      Não Salmão
Comeu salada de maionese                 75               100
Não comeu Salada de maionese          200             50         


Tabela 2
Número total de pessoas que que comeram cada combinação específica de alimentos
e ficou doente depois                                                              
                                                          Salmão      Não Salmão
Comeu salada de maionese                 60                         75
Não comeu Salada de maionese          70                         15  


1 - Qual é a taxa de ataque em pessoas que comeram salada de maionese e salmão?

Resposta: 60/75 = 0,80 caso por pessoa que comeu ambos os alimentos

2- Quais itens (se mais de um) são os mais provavelmente envolvidos na contaminação?

Resposta: é adequado efetuar uma tabela com as taxas de ataque calculadas segundo todas as exposições possíveis

Tabela 3
Número total de pessoas que que comeram cada combinação específica de alimentos
e ficou doente depois                                                                      
Combinação de alimentos ingeridos                    taxa de ataque   
1.Sem salmão e sem salada de maionese              15/50 = 30%    
2.Com salmão e sem salada de maionese              70/200 = 35%    
3.Com salmão e com salada de maionese              60/75 =  80%      
4.Sem salmão e com salada de maionese               75/100 = 75% 

As maiores taxas ocorrem na presença de salada de maionese (80% e 75%, nas combinações 3 e 4) e, quando a salada de maionese não é ingerida as taxas de ataque caem muito (35% e 30%, nas combinações 1 e 2). Já quando presença de salmão é a única exposição afetada, contudo, altera-se pouco a magnitude das taxas de ataque - compare combinações 1 com 2; e 3 com 4 e veja como a presença ou não de salmão altera pouco as taxas


Fonte: http://www.amazon.com/Epidemiology-STUDENT-CONSULT-Online-Access/dp/145573733X

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Taxa de ataque (com 1 questão)


Fonte: http://professor-ruas.yolasite.com/resources/Aula4_b.pdf

Nos casos de doenças ou agravos de natureza aguda que coloquem em risco a população exposta
por um período limitado em área restrito, a incidência é chamada de taxa de ataque.

É aplicada aos surtos epidêmicos, ou seja, epidemias restritas. Refletem a descrição deste tipo particular de epidemia os eventos localizados de curta duração.


A taxa de ataque é definida como:

(número de pessoas em risco de desenvolver uma certa doença)
(número total de pessoas em risco)

Esta taxa é semelhante à taxa de incidência, que também é usada para doenças crônicas. A taxa de ataque pode ser específica para uma determinada exposição. Por exemplo, a taxa de ataque em pessoas que comeram um certo alimento é chamada de taxa de ataque específica por alimento, e é calculada por:

(número de pessoas que comeram um certo alimento e ficaram doentes)
(número total de pessoas que comeram um certo alimento)

Em geral, o tempo não é explícito na taxa de ataque, pois se sabe quanto tempo depois da exposição a maioria dos casos se desenvolveu. Dessa forma esse tempo não é muito diferente para cada um do conjunto dos expostos

Uma pessoa que ficou doente após uma exposição, por exemplo, a um alimento contaminado é chamado caso primário (ou caso índice). uma pessoa que adquire a doença pela exposição ao caso primário é chamada de caso secundário. A taxa de ataque secundária é, portanto, definida como a taxa de ataque em pessoas suscetíveis que foram expostas a um caso primário sendo uma boa medida de disseminação pessoa a pessoa depois que a doença foi introduzida na população. Usualmente calcula-se a taxa de ataque de ataque secundária em membros da família do caso índice.










Veja um exemplo de cálculo de taxa de ataque:





Esse é o primeiro passo para determinar qual o alimento (ou alimentos) envolvidos em um surto determinado, mas não é suficiente, pois precisaríamos saber qual a taxa de ataque entre aqueles que não comeram determinado alimento. Quando maior a diferença (taxa de ataque entre os que se alimentaram - taxa de ataque entre os que não se alimentaram), maior é a desconfiança de que a diferença positiva esteja associada ao consumo do alimento específico.

Contudo, a maior taxa de ataque é a para a salada de batata e, dentre os alimentos listados, já podemos desconfiar de que, se seu consumo esteve associado a uma maior taxa de ataque, deve ser um dos alimentos implicados no surto. Mas, ainda não temos certeza...
referência: http://www.amazon.com/Epidemiology-STUDENT-CONSULT-Online-Access/dp/145573733Xhttp://www.cambridge.org/de/download_file/211553/


--- Veja essa questão: 
Uma taxa de incidência, geralmente expressa como percentagem, quando aplicada em populações específicas por períodos limitados de tempo como nos surtos ou epidemias, é conhecida como:
A) Taxa ajustada
B) Taxa de ataque.
C) Taxa de mortalidade.
D) Taxa de densidade de incidência.
Comentário: fica clara a relação entre incidência, mais geral e taxa de ataque, mais específica.
Fonte: FUMARC / 2006 / Prefeitura de Belo Horizonte / Dentista - Área Cirurgião Dentista Epidemiologia